sábado, 2 de maio de 2009

o tempo tem um dom para fazer esquecer ...
e as pessoas tomam esse tempo para esquecer, o que a vida lhes confrontou, em determinada altura das suas vidas. Conhecemos o que vivemos e o que vivemos deixa-nos fracos ou fortes, perante tudo aquilo que lutamos ou desistimos. São as consequências dos nossos actos que nos fazem pensar, em alguma parte do nosso ser mais íntimo. É um momento nosso, em que a recaída perante os fantasmas mais escondidos faz-nos sentir tudo de novo. Como a palma da mão fosse uma chapada de tudo o que não conseguimos digerir na rotina dos nossos dias.
A sociedade ensinou-nos a dizer "Bom dia"; a escutar as notícias mais fortes que abrem os noticiários; que nos mostram a vida de outros no mundo em que vivemos. Não podemos fechar os olhos e fingir que as nossas acções não vão alterar as vidas de outros, nem podemos manter escondidos, perante a evolução do dia a dia.
Há quem fique ao lado e tenha escolhas para si de refúgio: uns chamam-lhe os fora da sociedade; os inadaptados, os anjos negros que roem as cordas e os códigos da boa conduta. Mas, ninguém parece saber escutar os problemas do vizinho do lado: do amigo que se perdeu; do estranho que passa na rua e tem um olhar envidraçado de dor; da mãe que vê o filho perder-se nas ruas; do poeta que deixou secar a tinta da caneta, do músico que sonhou alto e ficou preso na ambição, no prédio em frente ao trabalho que ruiu de velhice...
Há 20 anos atrás ouvia-se o batimento do coração de outra forma; procurava-se um caminho para enfrentar a vida, criavam-se métodos para se manter um paralelismo entre a realidade e o sonho, e a maluquice fazia maravilhas à rotina.
O que se perdeu? O que se ganhou?
Nada é tão perfeito que procure a imperfeição dos erros cometidos e a alma que fica presa por muito tempo a histórias de dor, depressa se esquece das coisas boas que a levou a procurar.
Hoje...o dia de Inferno e de inglória perante os passos da minha procura tornam.se areia movediça. Não consigo parar, não consigo voar e os sonhos continuam pesados.
A minha procura distante é uma quebra do que perdi ou ganhei.
Além, e dos demais que achei perto do que vi, não sabem e não entendem a distorção das frases.
Não faz sentido!
Enganam-se... porque o meu maior passo e maior gesto, sempre foi o olhar.
E o que vejo hoje são papéis velhos ao meu lado...cordas roídas pela tristeza, perdas demasiado grandes para recuperação.
This side is burned... a minha água afogou-se em lágrimas de outros.
E o que oiço bater cá dentro é um vidro partido espelhado em palavras incoerentes.

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